OIT apresenta novo relatório sobre produtividade na América Latina

Estudo analisa os desafios para a geração de mais e melhores empregos

 No novo relatório “Transição digital, mudança tecnológica e políticas de desenvolvimento produtivo na ALC: desafios e oportunidades”, divulgado neste semana, a OIT destacou a necessidade de formular estratégias efetivas para aumentar a produtividade do trabalho na América Latina, diante da evidência de um persistente atraso regional que compromete as possibilidades de encontrar o rumo de um futuro do trabalho com crescimento sustentável e mais e melhores empregos.

O relatório foi apresentado na última quarta-feira, 22 de junho, durante uma conversa virtual com representantes de governos, de organizações de empregadores e trabalhadores.

A diretora Regional a.i. da OIT para a América Latina e o Caribe, Claudia Coenjaerts, iniciou a conversa destacando que a região enfrenta “desafios estruturais” de grandes dimensões, pois “existem grandes lacunas de produtividade dentro dos países entre setores produtivos, empresas e grupos de trabalhadores”, além de outras externas que “foram ampliadas em relação aos países mais avançados no marco da aceleração da transição digital e da mudança tecnológica”.

Coenjaerts considerou que é necessário “um debate renovado e aprofundado na região que aborde os principais fatores que impulsionam o aumento da produtividade, a transição digital e as repercussões desses processos sobre o trabalho decente, a criação de empregos, as melhorias distributivas e o desenvolvimento de empresas sustentáveis e promotoras da mudança tecnológica”.

O novo relatório da OIT destaca a “necessidade urgente de compreender de forma sistêmica os fatores que contribuem para o aumento sustentado da produtividade e, com base nisso, incentivar as instâncias de diálogo social necessárias para acompanhar e regular as inevitáveis transições que esse processo implica”. O estudo acrescenta que “neste contexto, é imperativo pensar sobre quais fatores estão por trás do atraso latino-americano”.

O relatório destaca que, de acordo com a evidência acumulada, “a grande maioria dos países da América Latina e do Caribe (ALC), mesmo antes da crise sanitária e econômica derivada da pandemia de covid-19, apresentou uma estagnação tanto da produtividade do trabalho quanto da produtividade total de fatores”.

“A produtividade do trabalho tem diminuído persistentemente em termos comparativos com o resto do mundo durante as últimas quatro décadas”, disse o consultor da OIT e autor do relatório, Claudio Maggi, na apresentação para a audiência tripartite. Ele destacou a importância de identificar e promover uma série de “dinâmicas virtuosas entre produtividade, crescimento e trabalho”.

Coenjaerts lembrou que a experiência da OIT “mostra que, além de fatores externos (estabilidade macroeconômica, ambiente de negócios favorável, estrutura setorial, mercados externos), a melhoria da cooperação no local de trabalho, a representação efetiva dos trabalhadores, a gestão da qualidade, a não produção poluente, a gestão de recursos humanos, a formação profissional e saúde e segurança no trabalho contribuem positivamente para o aumento da produtividade”.

Ao mesmo tempo, “a agenda da região em matéria de transformação digital e produtividade necessita de políticas públicas que ajudem a remover os obstáculos que se apresentam no caminho dessa transformação e que assegurem que essa transição promova a criação de mais e melhores empregos”.

 

Fonte: OIT