MPT reforça promoção da inclusão de pessoas negras no mercado de trabalho

Em 2018, foram feitas 205 denúncias por discriminação, aumento de 30,5% em relação a 2014

Nos últimos cinco anos, foram recebidas 896 denúncias pelo Ministério Público do Trabalho por discriminação em razão da origem, raça, cor ou etnia. Para coibir essa violação e reforçar a importância da promoção da inclusão das pessoas negras no mercado de trabalho, o MPT realiza essa semana uma série de publicações nas redes sociais que marcam o Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial, celebrado em 21 de março.

Apesar da subnotificação, em 2018 o número chegou a 205 denúncias, correspondente a um crescimento de 30,5% em relação a 2014, que foi de 157. Dados do IBGE de 2017 mostram, inclusive, que os trabalhadores negros no Brasil recebem, em média, R$ 1,2 mil a menos que os brancos.

Para a procuradora Valdirene Silva de Assis, coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), do MPT, “é preciso criar condições para superar o racismo estrutural que impede as pessoas negras de alcançarem melhores postos de trabalho, com maior igualdade salarial”.

Com esse objetivo, no ano passado , foi criado o Grupo de Trabalho de Raça, da Coordigualdade, que teve como uma das atuações mais marcantes: o envio de notificações a emissoras de TV para cobrar delas a devida representação racial em sua programação.Outra iniciativa é o Projeto Nacional de Inclusão de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho, que já gerou pelo menos três Pactos pela Inclusão Social de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho, firmados com participação das unidades do MPT em São Paulo, no Paraná e no Distrito Federal.

As questões raciais também são discutidas no Fórum de Prevenção e Combate à Discriminação Racial no Trabalho, com a participação do MPT, em São Paulo. Dessas discussões, surgiu o Canal Preto, lançado no fim do ano passado, uma iniciativa do MPT, com a parceria da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e apoio da ONU Mulheres. O canal serve para dar voz a influenciadores, personalidades e cidadãos negros e discutir políticas públicas relativas às questões raciais e pode ser acessado aqui.